Você sabia?
Dia 21 de março Dia Internacional da
Síndrome de Down
Foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de Março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração da data foi em 2006. (Wikipédia)
Foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de Março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração da data foi em 2006. (Wikipédia)
Incluindo
Alunos com Síndrome de Down no Ensino Fundamental
OBJETIVO
DESTE FOLHETO:
Muito mais
crianças com Síndrome de Down têm entrado em escolas da rede regular de ensino.
Este é o resultado de muitos fatores. Pressão dos pais com o apoio de
organizações voluntárias encorajaram desde 1981 a secretaria de
educação a integrar alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas
comuns se os pais assim o desejassem. Mais recentemente, um documento de 1997
propôs que alunos com necessidades educacionais especiais deveriam estar em escolas
comuns.
Inevitavelmente,
muitos professores vão achar a idéia de incluir alunos com SD em suas classes
preocupante e vão ficar apreensivos a princípio. Porém, a experiência demonstra
que a maioria dos professores têm as ferramentas necessárias para entender as
necessidades específicas destas crianças e são capazes de ensiná-los
efetivamente e com sensibilidade.
Este
folheto traz informações sobre o perfil de aprendizado típico de uma criança
com Síndrome de Down e boas práticas para sua educação, desta forma,
pavimentando o caminho para uma inclusão bem-sucedida.
POR QUE
INCLUSÃO ?
Há muitas
razões por que uma criança com Síndrome de Down deve ter a oportunidade de
frequentar uma escola comum. Cada vez mais pesquisas tem sido publicadas e o
conhecimento sobre as capacidades de crianças com Síndrome de Down e o
potencial de serem incluídos com sucesso tem aumentado. Ao mesmo tempo, os
pais têm se informado mais sobre os benefícios da inclusão. Além disso, a
inclusão é não discriminatória e traz tanto benefícios acadêmicos quanto
sociais.
Acadêmicos
-
Pesquisas mostram que as crianças se desenvolvem melhor academicamente quando
trabalham num ambiente inclusivo
Social
-
Oportunidades diárias de se misturar com seus parceiros com desenvolvimento
típico proporcionam modelos para comportamento de acordo com a faixa etária
- As
crianças têm oportunidade de desenvolver relações com crianças de sua própria
comunidade
- Ir à
escola comum é um passo chave em direção à inclusão na vida comunitária e na
sociedade como um todo.
A inclusão
bem-sucedida é um passo importante para que crianças com necessidades
educacionais especiais se tornem membros plenos e contributivos da comunidade,
e a sociedade como um todo se beneficia disso. Os colegas com desenvolvimento
típico ganham conhecimento sobre deficiência, tolerância e aprendem como
defender e apoiar outras crianças com necessidades educacionais especiais. Como
escreve David Blunkett “ quando todas as crianaças saõ incluídas como parceiros
iguais na comunicade escolar, os benefícios são sentidos por todos”.
ATITUDE
POSITIVA
Mas a
inclusão bem-sucedida não acontece automaticamente. A experiência mostra que um
dos ingredientes mais importantes na implementação bem-sucedida de um aluno com
necessidade de aprendizagem específia é simplesmente a vontade de que ela
ocorra. A atitude da escola como um todo é, portanto, um fator significativo.
Uma atitude positiva resolve problemas por si só. As escolas precisam de uma
política clara e sensível sobre inclusão de sua direção e coordenação, que
devem ser comprometidas com esta política e apoiar seus funcionários,
ajudando-os a desenvolver novas soluções em suas salas de aula.
ALGUMAS
INFORMAÇÕES SOBRE A SÍNDROME DE DOWN
- A
Síndrome de Down é a deficiência intelectual mais frequente, acontecendo
em 1 a cada nascimentos por ano no Brasil.
- Ela é
ocasionada pela presença de um cromossomo a mais. Ao invés dos 46 usuais, uma
pessoa com Síndrome de Down tem 47.
- Toda
criança com Síndrome de Down terá algum grau de dificuldade para aprender, de
leve a severo.
- Embora a
Síndrome de Down tenha causas genéticas, fatores ambientais têm importância
fundamental no desenvolvimento e progresso assim como acontece com crianças sem
a síndrome.
- Em
geral, crianças com SD se desenvolvem mais devagar do que as crianças de sua
faixa etária, alcançando as etapas do desenvolvimento mais tarde e ficando
nelas por mais tempo. A diferença no desenvolvimento entre crianças com
Síndrome de Down e as sem a síndrome aumenta com a idade.
UM PERFIL
DE APRENDIZADO ESPECÍFICO, NÃO APENAS ATRASO NO DESENVOLVIMENTO
As
crianças com Síndrome de Down não apenas levam mais tempo para se desenvolver e
portanto precisam de um currículo mais diluído. Elas têm, em geral, um perfil
de aprendizagem específico com pontos fortes e fracos característicos. Saber
dos fatores que facilitam e inibem o aprendizado permite aos professores
planejar e levar adiante atividades relevantes e significativas e programas de
trabalho. O perfil de aprendizado característico e estilos de aprendizado de
uma criança com Síndrome de Down , junto com suas necessidades individuais e
variações do perfil devem, portanto, ser considerados.
Os
seguintes fatores são comuns a várias crianças com Síndrome de Down. Alguns têm
implicações físicas, outras têm comprometimentos cognitivos. Muitas têm ambos.
FATORES
QUE FACILITAM O APRENDIZADO
- Forte
reconhecimento visual e habilidade visual de aprendizado, incluindo:
-
Habilidade de aprender e usar sinais, gestos e apoio visual
-
Habilidade para aprender e usar a palavra escrita
- Imitação
de comportamento e atitudes dos colegas e adultos
-
Aprendizado com currículo prático e material e com atividades de manipulação
FATORES
QUE INIBEM O APRENDIZADO
-
Desenvolvimento tardio de habilidades motoras, tanto fina quanto grossa
-
Dificuldades de audição e visão
-
Dificulade no discurso e na linguagem
- Déficit
de memória auditiva recente
-
Capacidade de concentração mais curta
-
Dificuldade com a consolidação e retenção de conteúdo
-
Dificuldade com generalizações, pensamento abstrato e raciocínio
-
Dificuldade em seguir sequências
-
Estratégias para evitar o trabalho
DIFICULDADE
DE VISÃO
Embora os
alunos com Síndrome de Down costumem ser muito bons em aprender visualmente e
sejam capazes de utilizar este habilidade para aprender o currículo, muitos têm
alguma dificuldade de visão: de 60 a 70% usam óculos antes dos 7 anos
e é importante diagnosticar e sanar as dificuldades que eles possuem.
ESTRATÉGIAS
- Coloque
o aluno mais à frente
- Escreva
com letras maiores
- Faça
apresentações simples e claras
DIFICULDADE
DE AUDIÇÃO
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm alguma perda auditiva, especialmente nos
primeiros anos. Até 20% apresentam perda sensorial-neural, causada por defeitos
no desenvolvimento do ouvido e nervos auditivos. Outros 50% podem ter perda
auditiva ocasionada por infecções respiratórias que costumam ocorrer por conta
dos canais auditivos mais estreitos. É especialmente importante checar a
audição da criança porque ela afetará sua fala e linguagem.
A clareza
da audição também pode ser flutuante e é importante identificar que respostas
inconsistentes podem ser fruto de deficiência auditiva e não falta de
entendimento ou atitude indesejada.
ESTRATÉGIAS
- Coloque
o aluno mais à frente
- Fale
diretamente ao aluno
- Reforce
o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos
- Reforce
o discurso com material de apoio visual – figuras, fotos, objetos
- Escreva
novo vocabulário no quadro
- Quando
outros alunos responderem, repita suas respostas alto
- Diga de
outra forma ou repita palavras e frases que possam ter sido mal-entendidas.
SISTEMA
MOTOR FINO E GROSSO
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm flacidez muscular (hipotonia), o que pode
afetar sua habilidade motora fina e grossa. Isso pode atrasar as fases do
desenvolvimento motor, restringindo experiências dos primeiros anos,
tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento. Na sala de aula, o
desenvolvimento da escrita é especialmente afetado.
ESTRATÉGIAS
- Oferecer
exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as habilidades motoras
melhoram com a prática.
- Oferecer
atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por exemplo alinhavar,
seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar, cortar, apertar, construir,
etc.
- Usar um
grande leque de atividades e materiais multi-sensoriais.
- Procurar
que as tividades sejam o mais significativas e prazerosas possível.
DIFICULDADE
DE FALA E DE LINGUAGEM
Crianças
com Síndrome de Down típicas possuem dificuldade de fala e linguagem e devem
ser atendidas regularmente por fonoaudiólogos que podem sugerir atividades
individualizadas para promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem.
O atraso
na linguagem é causada por uma combinação de fatores, alguns deles físicos e
alguns devido a problemas cognitivos e de percepção. Qualquer atraso em
aprender a entender e usar a linguagem pode levar a um atraso cognitivo. O
nível de conhecimento e entendimento e, logo, a habiliade de acessar o
currículo vai inevitavelmente ser afetada. Habilidades receptivas são mais
desenvolvidas do que habilidades de expessão. Isso quer dizer que as crianças
com Síndrome de Down entendem mais do que são capazes de expressar. Como
resultado disso, as habilidades cognitivas destes alunos são freqüentemente
subestimadas.
ATRASO NA
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
-
Vocabulário menor, levando a um conhecimento geral menor.
-
Dificuldade de aprender regras gramaticais (não usar vocábulos de conexão,
preposições, etc), resultando num estilo telegráfico de discurso.
-
Habilidade para aprender vocabulário novo mais fácilmente do que as regras
gramaticais.
- Maiores
problemas em aprender e usar linguagem social.
- Maiores
problemas em entender linguagem específica apresentada no currículo.
-
Dificuldade em compreender instruções.
Além
disso, a combinação de ter uma boca menor e músculos da boca e da língua mais
fracos torna a formação das palavras fisicamente mais difícil, e quanto maior a
frase maiores ficam os problemas de articulação.
Problemas
de fala e linguagem para estas crianças normalmente significam que menos
oportunidades lhes são oferecidas para manter uma conversação. É mais difícil
para eles pedir informação ou ajuda. Os adultos costumam fazer perguntas
fechadas, ou terminar uma frase pelas crianças sem lhes dar tempo para falarem
por si próprios nem ajudar para que eles consigam fazê-lo.
A
consequência disso é que a criança:
- Ganha
menos experiência de linguagem que lhe dê oportunidade de aprender novas
palavras e estruturas de período.
- Tem
menos oportunidade de praticar para tentar falar com mais clareza.
ESTRATÉGIAS
- Dar
tempo para o processamento da linguagem e para responder.
- Escutar
atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
- Falar
frente à frente e com os olhos nos olhos do aluno.
- Usar
linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
- Checar o
entendimento – pedir para a criança repetir instruções dadas.
- Evitar
vocabulário ambíguo.
- Reforçar
a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
- Ensinar
a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala e a pronúncia.
- Reforçar
instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas,
símbolos e material concreto.
-
Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente.
- Ensinar
gramática com material impresso, cartões de figuras, jogos, figuras de
preposições, símbolos, etc.
- Evitar
perguntas fechadas e encorajar a criança a falar além de frases monosilábicas.
-
Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais.
Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para eles do que falar
espontaneamente.
- O uso de
um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar suas “ novidades”.
-
Desenvolver a linguagem através de teatro e faz-de-conta.
-
Encorajar o aluno a liderar.
- Criar
oportunidades onde ele possa falar com outras pessoas, por exemplo, levar
mensagens, etc.
-
Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e materiais
visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as habilidades
auditivas.
DÉFICIT DE
MEMÓRIA AUDITIVA RECENTE E NA HABILIDADE DE PROCESSAMENTO AUDITIVO
Outros
problemas de fala e linguagem em crianças com Síndrome de Down surgem por
conta de dificuldades na memória auditiva recente e nas habilidades de
processamento auditivo. A memória auditiva recente é a memória armazenada usada
para manter, processar, entender e assimilar a língua falada o tempo suficiente
para responder. Qualquer déficit na memória auditiva recente vai afetar
consideravelmente a habilidade do aluno em responder a palavra falada ou
aprender a partir de situações que se prendam somente a sua habilidade
auditiva. Além disso, eles acham mais difícil seguir e lembrar de instruções
verbais.
ESTRATÉGIAS
- Limite a
quantidade de instruções verbais a uma de cada vez.
- Dê tempo
à criança para processar e responder às colocações verbais.
- Repita
individualmente para o aluno qualquer informação ou instrução que foi dada a
classe como um todo.
- Tente
evitar instruções ou discussões na classe que sejam muito longas.
- Planeje
traduções visuais e-ou atividades alternativas.
Lembre-se:
em geral, crianças com Síndrome de Down têm fortes habilidades de aprendizagem
visual mas não são bons aprendizes auditivos. Sempre que possível eles
necessitam de apoio visual e concreto e materiais práticos para reforçar as
informações auditivas.
CAPACIDADE
DE CONCENTRAÇÃO MAIS CURTA
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm uma capacidade de concentração mais curta e
são facilmente distraídos. Além disso, a intensidade do aprendizado com apoio,
especialmente quando ele se dá individualmente, é muito maior e a criança se
cansa mais facilmente do que a criança que não necessita deste apoio.
ESTRATÉGIAS
- Construa
uma gama de tarefas curtas, focalizadas e definidas claramente nas aulas.
- Varie o
nível de demanda de tarefa para tarefa.
- Varie o
tipo de apoio.
- Use os
outros colegas para manter o aluno trabalhando.
- Na hora
da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar no colo!).
-
Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no mesmo
lugar.
-
Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança por mais
tempo.
- Crie uma
caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a criança terminou sua
atividade antes de seus colegas, precisa mudar de tarefa ou precisa dar um
tempo. Coloque uma série de atividades que o aluno gosta de fazer, incluindo
livros, cartões, jogos de manipulação, etc. Isso encoraja a escolha dentro de
uma situação estruturada. Deixar que outra criança participe é uma boa maneira
de encorajar amizade e cooperação.
GENERALIZAÇÃO,
PENSAMENTO ABSTRATO E RACIOCÍNIO
Quando uma
criança tem deficiência de fala e linguagem, suas habilidades de pensamento e
raciocínio são inevitavelmente afetadas. Ela encontra mais dificuldade em
transferir suas habilidades de uma situação para outra. Conceitos e assuntos
abstratos podem ser particularmente difíceis de entender e a capacidade de
resolução de problemas pode ser afetada.
ESTRATÉGIAS
- Não
assuma que o aluno vai transferir conhecimento automaticamente.
- Ensine
novas habilidades usando uma variedade de métodos e materiais e em vários
contextos diferentes.
- Reforce
o aprendizado de conceitos abstratos com materiais concretos e visuais.
- Ofereça
explicações adicionais e dê demonstrações.
- Encoraje
a solução de problemas.
CONSOLIDAÇÃO
E RETENÇÃO
Alunos com
Síndrome de Down geralmente levam mais tempo para aprender e consolidar coisas
novas e a habilidade de aprender e absorver o aprendizado pode variar de um dia
para o outro.
ESTRATÉGIAS
- Ofereça mais
tempo e oportunidade para repetições adicionais e reforço.
-
Apresente informações e conceitos novos de maneiras variadas, usando material
concreto, prático e visual, sempre que possível.
- Siga em
frente mas sempre dê uma revisada para assegurar que coisas aprendidas
anteriormente não ficaram esquecidas com a assimilação das novas informações.
ESTRUTURA
E ROTINA
Muitas
crianças com Síndrome de Down se dão bem com rotina, estrutura e atividades
focalizadas claramente. Situações informais e sem estrutura são geralmente mais
difícieis para eles. Eles também podem se sentir contrariados com qualquer
mudança. Podem precisar de maior preparação e podem levar mais tempo para se
adaptar às mudanças na sala de aula e nas transições.
ESTRATÉGIAS
- Explique
sobre a grade de horários, rotinas e regras escolares explicitamente, dando
tempo e oportunidade para que aprenda.
-
Providencie uma grade de horários visualmente atraente: use palavras, desenhos,
figuras e fotos.
- A
progressão da aula durante o dia deve poder ser acompanhada pelo horário.
- Quando
uma grade visual não for apropriada, arrume uma série de fotos ou figuras
descrevendo as atividades escolares. Estas fotos podem ser mostradas a criança
antes da atividade ser começada.
-
Certifique-se de que a crinaça sabe qual será a próxima atividade.
-
Atenha-se à rotina sempre que possível.
- Prepare
a criança com antecedência se souber que haverá alguma mudança e informe os
pais.
- Solicite
a ajuda da criança na preparação para a atividade subsequente dando-lhe uma
tarefa específica.
INCLUSÃO
SOCIAL
O objetivo
primordial para qualquer criança de 5 anos entrar na escola é a inclusão
social. Como com qualquer criança, é muito mais difícil progredir nas áreas
cognitivas até que ela seja capaz de se comportar e interagir com os outros de
maneira socialmente aceitável e entender e responder apropriadamente ao
ambiente que a cerca. Todas crianças com Síndrome de Down se beneficiam em se
misturar com colegas com desenvolvimento típico. Muitas vezes eles ficam felizes
em agir como os colegas e geralmente os usam como modelos para o comportamento
social apropriado e motivação para aprender. Este tipo de experiência social,
quando existe a expectativa de que as outras crianças se comportem e consigam
fazer coisas de acordo com sua faixa etária, é extremamente importante para as
crianças com Síndrome de Down, que geralmente tem um mundo mais confuso e menos
maduro social e emocionalmente. Mesmo assim, muitas delas precisam de ajuda
adicional e apoio para aprender as regras para o comportamento social
apropriado. Elas não aprendem facilmente de forma incidental e não pegam as
convenções intuitivamente como seus colegas. Elas vão levar mais tempo do que
seus colegas para aprender as regras. O foco principal da ajuda adicional nos
primeiros anos deve ser aprender as regras do comportamento social adequado.
ESTRATÉGIAS
-
Reconhecer as principais rotinas do dia.
- Aprender
a participar e responder apropriadamente.
-
Responder a perguntas e instruções dadas oralmente.
- Aprender
a respeitar a vez de cada um, dividir, dar e receber.
- Aprender
a fazer fila.
- Aprender
a sentar no chão na hora da rodinha.
- Aprender
comportamentos apropriados.
- Aprender
as regras da escola e da classe, tanto as formais quanto as informais.
- Trabalhar
independentemente.
-
Trabalhar em cooperação com os outros.
- Fazer e
manter amizades.
-
Desenvolver de habilidades de auto-ajuda e tarefas práticas.
- Tomar
conta, se preocupar com os outros.
HORA DE
BRINCAR
Algumas
ajudas adicionais na inclusão de crianças pequenas com Síndrome de Down durante
a hora da brincadeira podem ser necessárias. Porém, qualquer ajuda de adulto
que a criança tiver, se não for usado com sensibilidade, pode erguer uma
barreira entre a criança e seus colegas, o que, junto com a dificuldade
de fala e linguagem, pode tornar as coisas muito mais difíceis para a criança
com Síndrome de Down:
- Começar
independentemente a brincar com outras crianças.
- Entender
as regras do jogo.
- Entender
as regras de “ser amigo”.
ESTRATÉGIAS
- Encoraje
o aprendizado cooperativo em trabalho com um parceiro ou num grupo pequeno.
- Não
coloque sempre o aluno junto com o grupo menos capaz ou menos motivado. Alunos
com Síndrome de Down se beneficiam por trabalhar com crianças mais capazes se
as tarefas forem adequadamente diferenciadas.
- Promova
a conscientização sobre as deficiências através de, por exemplo, uma discussão
com toda a classe ou a escola. É importante que os alunos se familiarizem com o
colega com Síndrome de Down, entendam seus pontos fortes, seus pontos fracos,
sua capacidade e também reconheçam que ele tem as mesmas necessidades
emocionais e sociais do que eles próprios.
- Se achar
adequado, promova uma alternância de amigos ou um sistema de colega de apoio
para ajudar na inclusão.
- Use a
ajuda dos colegas no lugar de adultos sempre que possível.
- Organize
apoio para oferecer sessões de brincadeira estruturadas na hora do recreio.
- Encoraje
a participação do aluno em atividades extra-curriculares com os colegas da
escola (clubes de livro, esportes, etc).
- Encoraje
habilidades de independência e vida prática, por exemplo, dando-lhe
responsabilidades – devolver livros, levar mensagens, etc.
-
Encoraje-o a conhecer a si mesmo, respeitar a própria identidade, promova sua
auto-estima e auto-confiança.
-
Promova o entendimento através de teatro, livros, figuras ou na hora da
rodinha.
COMPORTAMENTO
Não há
problemas de comportamento característicos de crianças com Síndrome de Down.
Porém, muito de seu comportamento estará relacionado a seu nível de
desenvolvimento. Então, quando ocorrem problemas, eles são geralmente parecidos
com aqueles vistos em crianças de desenvolvimento típico mais novas.
Além
disso, crianças com Síndrome de Down cresceram tendo que lidar com mais
dificuldades do que muitos de seus colegas. Muito do que se espera que eles
façam em seu dia-a-dia será muito mais difícil de conseguir fazer devido a seus
problemas de comunicação, audição, memória, coordenação motora, concentração, e
dificuldade de aprendizado. Os problemas de comportamento podem, portanto, ser
desencadeados em algumas situações aparentemente banais. Por exemplo, eles
podem se sentir frustrados ou ansiosos com mais facilidade. Então, o fato da
criança ter Síndrome de Down não necessariamente quer dizer que ela vá
apresentar inevitavelmente problemas de comportamento, mas a natureza de suas
dificuldades os fazem mais vulneráveis a desenvolver problemas de
comportamento.
Uma
questão particular dos problemas de comportamento são as estratégias para
escapar das tarefas. Pesquisas mostram que, como muitos alunos com necessidaes
educacionais especiais, crianças com Síndrome de Down costuma adotar estas
estratégias que comprometem o progresso de seu aprendizado. Alguns alunos usam
comportamentos anti-sociais para distrair a atenção dos adultos e escapar do
trabalho, e parecem apenas aceitar fazer tarefas que exigem muito pouco de sua
capacidade cognitiva.
É
importante o professor ficar atento à possibilidade destas estratégias e saber
separar comportamento imaturo de mau-comportamento deliberado, e assegurar que
o nível de desenvolvimento e não a idade cronológica da criança seja levado em
consideração, junto com sua capacidade de entender instruções dadas oralmente.
Qualquer recompensa a ser oferecida trambém deve levar em conta estes fatores.
ESTRATÉGIAS
-
Assegurar que as regras são claras
-
Assegurar que todos os funcionários da escola saibam que a criança com Síndrome
de Down deve obedecer às regras como qualquer aluno.
-
Utilizar instruções curtas, precisas e claras e gestos e expressões que as
confirmem – explicações longas e complexas não são apropriadas.
-
Distinguir o “não consigo fazer” do “não vou fazer”
-
Investigar qualquer comportamento inapropriado, perguntando a si mesmo por que
a criança está agindo deste modo: a tarefa é muito fácil ou muito difícil ? A
tarefa é muito longa ? O trabalho é adequado para a criança ?
- O aluno
compreende o que é esperado dele ?
-
Encorajar comportamento positivo desenvolvendo figuras de bom comportamento.
Por exemplo, mostrar uma foto da turma ou de um grupo arrumando a sala
direitinho, pode ser o bastante para encorajá-lo a fazer o mesmo.
- Reforçar
o comportamento desejado imediatamente com sinais de aprovação visuais ou
orais.
- Ignorar
tentativas de chamar a atenção dentro do possível – o seu propósito é criar
distração
-
Desenvolver uma série de estratégias para lidar com a tentativa de escapar:
algumas funcionarão melhor que outras com algum um aluno em particular.
-
Assegurar que o professor de apoio não seja o único lidando com o
mau-comportamento. O professor da turma tem a responsabilidade sobre a criança.
-
Assegurar que a criança trabalhe com colegas que sejam bons modelos em
comportamento.
APOIO
A maior
parte dos alunos com Síndrome de Down vai precisar de apoio adicional.
Porém, o tipo de apoio que a criança recebe pode ter um enorme impacto na
efetivação da inclusão.
A seguir,
algumas coisas que são esperadas do profissional de apoio:
No que diz
respeito à criança:
- Aumentar
o acesso ao currículo e ao desenvolvimento do aprendizado.
- Garantir
que a criança aprenda novas habilidades.
- Ajudar a
desenvolver a independência.
- Ajudar a
desenvolver habilidades sociais, amizades e comportamento apropriado para a
idade.
No que diz
respeito ao professor:
- Ajudar a
modificar ou adaptar tarefas planejadas pelo professor.
- Dar
informações mais detalhadas sobre o desempenho do aluno ao professor.
- Dar
oportunidade ao professor de trabalhar individualmente com uma criança com
Síndrome de Down ou em grupo enquanto assume o lugar do professor.
TAMBÉM É
MUITO IMPORTANTE QUE O PROFESSOR DE APOIO SEJA VISTO COMO PERTENCENDO A TODA
CLASSE, DANDO AJUDA A TODAS AS CRIANÇAS QUE NECESSITAREM, E NÃO COMO
PROPRIEDADE DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN. DESTA MANEIRA, OUTRAS CRIANÇAS DA
CLASSE SE BENEFICIAM COM O APOIO EXTRA . O PROFESSOR NUNCA DEVE ABDICAR DE SUA
RESPONSABILIDADE PELA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN.
AJUDA
INDIVIDUAL E SAÍDAS DA CLASSE
Além
disso, o apoio não deve consistir apenas e nem principalmente na professora
ajudante trabalhando individualmente com a criança, especialmente quando isso
requer saídas da classe, o que deve ser evitado ao máximo. Embora vá haver
vezes em que algum trabalho individual seja requerido, isso só deve ser feito
em último caso e dentro da sala de aula, sempre que possível.
ESTRATÉGIAS
Esteja
ciente de que muita ajuda individual pode privar a criança de:
- ser
beneficiada da estimulação e modelos proporcionados pelos colegas.
- aprender
a trabalhar cooperativamente.
- aprender
a trabalhar independentemente.
-
desenvolver relações sociais com seus colegas.
QUANTOS
AJUDANTES ?
Em geral,
não é aconselhável ter um profissional de apoio para ajudar uma criança. Isso
pode levar a uma familiaridade grande demais e à dependência da criança naquela
pessoa, além de ser uma relação intensa demais tanto para a criança quanto para
o ajudante. Considere ter dois ajudantes ao invés de um, que se revezem
dividindo horários ou dias. Isso também pode facilitar na hora de substituir um
ajudante quando o outro se ausentar por qualque motivo.
Quando
planejar o apoio, é vital decidir:
- Quem vai
adaptar o trabalho e de que maneira?
- Quem vai
procurar e preparar recursos adicionais ?
- Quando
isso vai acontecer e com que frequência ?
O
professor da turma é o responsável pela diferenciação das atividades, mas
muitos professores de apoio são capazes de adaptar atividades se e quando
necessário.
O
CURRÍCULO
Embora vá
haver uma necessidade contínua de visar a independência, o comportamento social
e a inclusão social da criança com Síndrome de Down, algumas metas devem ser
alcançadas no primeiros anos. Uma atenção maior deve ser dada quando a criança
passa da primeira para a segunda série.
Mesmo
assim, como para qualquer criança, as atividades devem ser modificadas e
adaptadas para se adequar ao nível de aprendizado e desenvolvimento da criança.
Em alguns casos, isso pode significar que um novo conceito, assunto ou
habilidade deverá ser recortado até um nível bem básico com um foco num ponto
específico que você quer que a criança aprenda e entenda.
Embora
isso possa significar que, em alguns casos, a criança com Síndrome de Down
estará trabalhando num nível muito diferente , não quer dizer que o assunto ou
tópico que ela esteja trabalhando seja diferente do dos demais colegas. Com
planejamento e o apoio do professor ajudante isso pode ser alcançado com
sucesso em muitos casos.
PRÁTICAS
DE SALA DE AULA
Muitos
alunos com Síndrome de Down, assim como outros alunos com necessidades
educacionais especiais, não se adaptam a algumas práticas de sala de aula:
aulas expositivas para a turma inteira, aprender ouvindo, e trabalho de reforço
baseado em exercícios sem modificação. Portanto, os professores precisam
analisar suas práticas de sala de aula e todo o ambiente de aprendizado na
classe de forma que as atividades, os materiais e os grupos de alunos sejam
levados em conta. Paracertos propósitos, a habilidade será menos
importante do que os estilos de aprender de cada aluno. É importante, por
exemplo, utilizar a motivação e a oportunidade para aprender com bons modelos
que surgem quando o alunos com Síndrome de Down está trabalhando em grupo os
colegas.
Estudos
mostram que não apenas os alunos com necessiades educacionais especiais
preferem trabalhar em grupo, mas o grupo cooperativo fomenta o aprendizado.
ESTRATÉGIAS
Decida
quando a criança deve trabalhar:
- Em
atividades com toda a classe.
- Em grupo
ou em pares na classe.
- Em grupo
ou em pares numa área afastada.
-
Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.
Decida
quando a criança deve ficar:
- Sem
apoio.
- Com
apoio dos colegas.
- Com
apoio do professor assistente.
- Com
apoio do professor da turma.
- Faça um
Plano de Educação Individual para atingir determinadas áreas que necessitem
atenção.
- Produza
uma grade de horários visualmente atraente para que a criança entenda a
estrutura do seu dia.
LEITURA
Há muitas
pesquisas destacando a forte ligação entre a leitura e o desenvolvimento da
linguagem em crianças com Síndrome de Down e a leitura é uma área do currículo
em que muitas destas crianças podem se sair muito bem. Como a palavra escrita
faz com que a linguagem se torne visual, os textos impressos superam a
dificuldade do aprendizado pela audição.
A leitura
pode portanto ser usada para:
- Ajudar o
entendimento.
- Ajudar a
acessar o currículo.
- Melhorar
as habilidades de fala e linguagem.
PORÉM É
IMPORTANTE ESTAR ATENTO SOBRE COMO A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN APRENDE A
LER, JÁ QUE AS MANEIRAS PODEM SER DIFERENTES DAS RECOMENDADAS POR CADA ESCOLA.
UM FATOR CHAVE AO ENSINAR UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN A LER É UTILIZAR O
MÉTODO DE APRESENTAR A PALAVRA COMPLETA E MUITAS CRIANÇAS SÃO CAPAZES DE
COMEÇAR A CONSTRUIR UM VOCABULÁRIO VISUAL DE PALAVRAS FAMILIARES DESTA MANEIRA.
Isso, é
claro, pode significar um problema quando existe a exigência de que o método
fônico seja utilizado na alfabetização. Usar fonemas para decodificar palavras
pode ser mais difícil para crianças pequenas com Síndrome de Down porque ele
envolve habilidades como audição apurada e discriminação de sons, assim como
estar apto a resolver problemas. Mas uma noção básica do método fonético pode
ser adquirida por muitas crianças com Síndrome de Down e isso deve ser
introduzido enquanto elas estão construindo seu vocabulário visual.
ESCRITA
Produzir
qualquer forma de trabalho escrito é uma tarefa muito complexa. As dificuldades
de memória curta, fala e linguagem, sistema motor fino e organização e
sequenciamento de informação provocam um impacto considerável na
aquisição e desenvolvimento da escrita para muitos alunos com Síndrome de Down.
Áreas de
especial dificuldade:
- Colocar
as palavras em sequência para formação da frase.
- Colocar
eventos-informação em sequência na ordem correta.
-
Organização de pensamentos e informação relevante no papel.
ESTRATÉGIAS
-
Investigar recursos adicioais para ajudar a escrita como um processo físico –
diferentes tipos instrumentos para escrever, apoio tátil para empunhar o lápis,
linhas grossas, quadrados no papel para limitar o tamanho da letra, papel com
pauta, quadriculado, quadro individual para escrever, programas de computador.
- Oferecer
apoio visual – flash cards (cartões de leitura com figura ou foto e palavra),
palavras-chave e símbolos gráficos escritos em cartões.
- Oferecer
métodos alternativos de memorização: sublinhar ou circular a resposta correta,
sequência de frases com cartões, programas de computador específicos, utilizar
o método Cloze (subtração sistemática de palavras, substituídas por lacunas num
texto a ser aprendido).
- Garanta
que os alunos só escrevam sobre assuntos que estejam dentro de sua experiência
e entendimento.
- Ao
copiar do quadro, sublinhe ou destaque uma versão mais curta que focalize o que
é essencial para o aluno.
-
Encorajar o uso de letra cursiva para ganhar fluência.
ORTOGRAFIA
Como a
leitura, não é indicado confiar apenas na fonética para resolver problemas de
ortografia, uma vez que muitas crianças com Síndrome de Down estarão soletrando
palavras a partir da sua memória visual. Porém, para desenvolver e expandir sua
habilidade de leitura elas vão precisar aprender algumas noções fonéticas , mas
o desenvolvimento nesta área pode ser mais lento do que o de seus colegas.
ESTRATÉGIAS
Devido às
habilidades de fala e linguagem mais fracas e o vocabulário limitado, é
importante:
- Ensinar
palavras que eles entendam.
- Ensinar
palavras objetivando promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem.
- Ensinar
palavras necessárias para matérias específicas.
- Ensinar
ortografia da maneira mais visual possível.
- Usar
métodos multi-sensoriais – por exemplo, olhe-cubra-escreva-cheque, cartões com
figuras e palavras, acompanhar com o dedo as letras.
- Reforçar
os significados de palavras abstratas com figuras e símbolos.
- Colorir
grupos e padrões de letras similares dentro das palavras.
- Oferecer
um banco de palavras com figuras agrupado alfabeticamente para reforçar o
significado.
-
Trabalhar atividades de ortografia no computador.
- Ensinar
famílias de palavras simples e básicas.
COMUNICAÇÃO
COM OS PAIS E CUIDADORES
Embora
muitos pais vão à escola regularmente, um livro de comunicação casa-escola é o
ideal como forma de informar as novidades do dia. Isso tem um valor
inestimável, principalmente enquanto a criança ainda não possui uma habilidade
de fala e linguagem muito desenvolvida para contar as novidades claramente.
Tome cuidado para não transformar o livro só em um portador de más notícias.
Fonte:
Folheto
produzido por Sandy Alton, da Down´s Syndrome Association, e distribuído pelo
Ministério da Educação britânico
Tradução
Patricia Almeida
Versão
original em inglês no seguinte link:
http://www.downs-syndrome.org.uk/pdfs/DSA%20A4%2012pp%20Primary.pdf
Retirado do Blog http://amorecriatividade.blogspot.com.br/
Você sabia?
Dia 21 de março Dia Internacional da
Síndrome de Down
Foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de Março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração da data foi em 2006. (Wikipédia)
Foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de Março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração da data foi em 2006. (Wikipédia)
Incluindo
Alunos com Síndrome de Down no Ensino Fundamental
OBJETIVO
DESTE FOLHETO:
Muito mais
crianças com Síndrome de Down têm entrado em escolas da rede regular de ensino.
Este é o resultado de muitos fatores. Pressão dos pais com o apoio de
organizações voluntárias encorajaram desde 1981 a secretaria de
educação a integrar alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas
comuns se os pais assim o desejassem. Mais recentemente, um documento de 1997
propôs que alunos com necessidades educacionais especiais deveriam estar em escolas
comuns.
Inevitavelmente,
muitos professores vão achar a idéia de incluir alunos com SD em suas classes
preocupante e vão ficar apreensivos a princípio. Porém, a experiência demonstra
que a maioria dos professores têm as ferramentas necessárias para entender as
necessidades específicas destas crianças e são capazes de ensiná-los
efetivamente e com sensibilidade.
Este
folheto traz informações sobre o perfil de aprendizado típico de uma criança
com Síndrome de Down e boas práticas para sua educação, desta forma,
pavimentando o caminho para uma inclusão bem-sucedida.
POR QUE
INCLUSÃO ?
Há muitas
razões por que uma criança com Síndrome de Down deve ter a oportunidade de
frequentar uma escola comum. Cada vez mais pesquisas tem sido publicadas e o
conhecimento sobre as capacidades de crianças com Síndrome de Down e o
potencial de serem incluídos com sucesso tem aumentado. Ao mesmo tempo, os
pais têm se informado mais sobre os benefícios da inclusão. Além disso, a
inclusão é não discriminatória e traz tanto benefícios acadêmicos quanto
sociais.
Acadêmicos
-
Pesquisas mostram que as crianças se desenvolvem melhor academicamente quando
trabalham num ambiente inclusivo
Social
-
Oportunidades diárias de se misturar com seus parceiros com desenvolvimento
típico proporcionam modelos para comportamento de acordo com a faixa etária
- As
crianças têm oportunidade de desenvolver relações com crianças de sua própria
comunidade
- Ir à
escola comum é um passo chave em direção à inclusão na vida comunitária e na
sociedade como um todo.
A inclusão
bem-sucedida é um passo importante para que crianças com necessidades
educacionais especiais se tornem membros plenos e contributivos da comunidade,
e a sociedade como um todo se beneficia disso. Os colegas com desenvolvimento
típico ganham conhecimento sobre deficiência, tolerância e aprendem como
defender e apoiar outras crianças com necessidades educacionais especiais. Como
escreve David Blunkett “ quando todas as crianaças saõ incluídas como parceiros
iguais na comunicade escolar, os benefícios são sentidos por todos”.
ATITUDE
POSITIVA
Mas a
inclusão bem-sucedida não acontece automaticamente. A experiência mostra que um
dos ingredientes mais importantes na implementação bem-sucedida de um aluno com
necessidade de aprendizagem específia é simplesmente a vontade de que ela
ocorra. A atitude da escola como um todo é, portanto, um fator significativo.
Uma atitude positiva resolve problemas por si só. As escolas precisam de uma
política clara e sensível sobre inclusão de sua direção e coordenação, que
devem ser comprometidas com esta política e apoiar seus funcionários,
ajudando-os a desenvolver novas soluções em suas salas de aula.
ALGUMAS
INFORMAÇÕES SOBRE A SÍNDROME DE DOWN
- A
Síndrome de Down é a deficiência intelectual mais frequente, acontecendo
em 1 a cada nascimentos por ano no Brasil.
- Ela é
ocasionada pela presença de um cromossomo a mais. Ao invés dos 46 usuais, uma
pessoa com Síndrome de Down tem 47.
- Toda
criança com Síndrome de Down terá algum grau de dificuldade para aprender, de
leve a severo.
- Embora a
Síndrome de Down tenha causas genéticas, fatores ambientais têm importância
fundamental no desenvolvimento e progresso assim como acontece com crianças sem
a síndrome.
- Em
geral, crianças com SD se desenvolvem mais devagar do que as crianças de sua
faixa etária, alcançando as etapas do desenvolvimento mais tarde e ficando
nelas por mais tempo. A diferença no desenvolvimento entre crianças com
Síndrome de Down e as sem a síndrome aumenta com a idade.
UM PERFIL
DE APRENDIZADO ESPECÍFICO, NÃO APENAS ATRASO NO DESENVOLVIMENTO
As
crianças com Síndrome de Down não apenas levam mais tempo para se desenvolver e
portanto precisam de um currículo mais diluído. Elas têm, em geral, um perfil
de aprendizagem específico com pontos fortes e fracos característicos. Saber
dos fatores que facilitam e inibem o aprendizado permite aos professores
planejar e levar adiante atividades relevantes e significativas e programas de
trabalho. O perfil de aprendizado característico e estilos de aprendizado de
uma criança com Síndrome de Down , junto com suas necessidades individuais e
variações do perfil devem, portanto, ser considerados.
Os
seguintes fatores são comuns a várias crianças com Síndrome de Down. Alguns têm
implicações físicas, outras têm comprometimentos cognitivos. Muitas têm ambos.
FATORES
QUE FACILITAM O APRENDIZADO
- Forte
reconhecimento visual e habilidade visual de aprendizado, incluindo:
-
Habilidade de aprender e usar sinais, gestos e apoio visual
-
Habilidade para aprender e usar a palavra escrita
- Imitação
de comportamento e atitudes dos colegas e adultos
-
Aprendizado com currículo prático e material e com atividades de manipulação
FATORES
QUE INIBEM O APRENDIZADO
-
Desenvolvimento tardio de habilidades motoras, tanto fina quanto grossa
-
Dificuldades de audição e visão
-
Dificulade no discurso e na linguagem
- Déficit
de memória auditiva recente
-
Capacidade de concentração mais curta
-
Dificuldade com a consolidação e retenção de conteúdo
-
Dificuldade com generalizações, pensamento abstrato e raciocínio
-
Dificuldade em seguir sequências
-
Estratégias para evitar o trabalho
DIFICULDADE
DE VISÃO
Embora os
alunos com Síndrome de Down costumem ser muito bons em aprender visualmente e
sejam capazes de utilizar este habilidade para aprender o currículo, muitos têm
alguma dificuldade de visão: de 60 a 70% usam óculos antes dos 7 anos
e é importante diagnosticar e sanar as dificuldades que eles possuem.
ESTRATÉGIAS
- Coloque
o aluno mais à frente
- Escreva
com letras maiores
- Faça
apresentações simples e claras
DIFICULDADE
DE AUDIÇÃO
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm alguma perda auditiva, especialmente nos
primeiros anos. Até 20% apresentam perda sensorial-neural, causada por defeitos
no desenvolvimento do ouvido e nervos auditivos. Outros 50% podem ter perda
auditiva ocasionada por infecções respiratórias que costumam ocorrer por conta
dos canais auditivos mais estreitos. É especialmente importante checar a
audição da criança porque ela afetará sua fala e linguagem.
A clareza
da audição também pode ser flutuante e é importante identificar que respostas
inconsistentes podem ser fruto de deficiência auditiva e não falta de
entendimento ou atitude indesejada.
ESTRATÉGIAS
- Coloque
o aluno mais à frente
- Fale
diretamente ao aluno
- Reforce
o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos
- Reforce
o discurso com material de apoio visual – figuras, fotos, objetos
- Escreva
novo vocabulário no quadro
- Quando
outros alunos responderem, repita suas respostas alto
- Diga de
outra forma ou repita palavras e frases que possam ter sido mal-entendidas.
SISTEMA
MOTOR FINO E GROSSO
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm flacidez muscular (hipotonia), o que pode
afetar sua habilidade motora fina e grossa. Isso pode atrasar as fases do
desenvolvimento motor, restringindo experiências dos primeiros anos,
tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento. Na sala de aula, o
desenvolvimento da escrita é especialmente afetado.
ESTRATÉGIAS
- Oferecer
exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as habilidades motoras
melhoram com a prática.
- Oferecer
atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por exemplo alinhavar,
seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar, cortar, apertar, construir,
etc.
- Usar um
grande leque de atividades e materiais multi-sensoriais.
- Procurar
que as tividades sejam o mais significativas e prazerosas possível.
DIFICULDADE
DE FALA E DE LINGUAGEM
Crianças
com Síndrome de Down típicas possuem dificuldade de fala e linguagem e devem
ser atendidas regularmente por fonoaudiólogos que podem sugerir atividades
individualizadas para promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem.
O atraso
na linguagem é causada por uma combinação de fatores, alguns deles físicos e
alguns devido a problemas cognitivos e de percepção. Qualquer atraso em
aprender a entender e usar a linguagem pode levar a um atraso cognitivo. O
nível de conhecimento e entendimento e, logo, a habiliade de acessar o
currículo vai inevitavelmente ser afetada. Habilidades receptivas são mais
desenvolvidas do que habilidades de expessão. Isso quer dizer que as crianças
com Síndrome de Down entendem mais do que são capazes de expressar. Como
resultado disso, as habilidades cognitivas destes alunos são freqüentemente
subestimadas.
ATRASO NA
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
-
Vocabulário menor, levando a um conhecimento geral menor.
-
Dificuldade de aprender regras gramaticais (não usar vocábulos de conexão,
preposições, etc), resultando num estilo telegráfico de discurso.
-
Habilidade para aprender vocabulário novo mais fácilmente do que as regras
gramaticais.
- Maiores
problemas em aprender e usar linguagem social.
- Maiores
problemas em entender linguagem específica apresentada no currículo.
-
Dificuldade em compreender instruções.
Além
disso, a combinação de ter uma boca menor e músculos da boca e da língua mais
fracos torna a formação das palavras fisicamente mais difícil, e quanto maior a
frase maiores ficam os problemas de articulação.
Problemas
de fala e linguagem para estas crianças normalmente significam que menos
oportunidades lhes são oferecidas para manter uma conversação. É mais difícil
para eles pedir informação ou ajuda. Os adultos costumam fazer perguntas
fechadas, ou terminar uma frase pelas crianças sem lhes dar tempo para falarem
por si próprios nem ajudar para que eles consigam fazê-lo.
A
consequência disso é que a criança:
- Ganha
menos experiência de linguagem que lhe dê oportunidade de aprender novas
palavras e estruturas de período.
- Tem
menos oportunidade de praticar para tentar falar com mais clareza.
ESTRATÉGIAS
- Dar
tempo para o processamento da linguagem e para responder.
- Escutar
atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
- Falar
frente à frente e com os olhos nos olhos do aluno.
- Usar
linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
- Checar o
entendimento – pedir para a criança repetir instruções dadas.
- Evitar
vocabulário ambíguo.
- Reforçar
a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
- Ensinar
a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala e a pronúncia.
- Reforçar
instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas,
símbolos e material concreto.
-
Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente.
- Ensinar
gramática com material impresso, cartões de figuras, jogos, figuras de
preposições, símbolos, etc.
- Evitar
perguntas fechadas e encorajar a criança a falar além de frases monosilábicas.
-
Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais.
Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para eles do que falar
espontaneamente.
- O uso de
um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar suas “ novidades”.
-
Desenvolver a linguagem através de teatro e faz-de-conta.
-
Encorajar o aluno a liderar.
- Criar
oportunidades onde ele possa falar com outras pessoas, por exemplo, levar
mensagens, etc.
-
Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e materiais
visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as habilidades
auditivas.
DÉFICIT DE
MEMÓRIA AUDITIVA RECENTE E NA HABILIDADE DE PROCESSAMENTO AUDITIVO
Outros
problemas de fala e linguagem em crianças com Síndrome de Down surgem por
conta de dificuldades na memória auditiva recente e nas habilidades de
processamento auditivo. A memória auditiva recente é a memória armazenada usada
para manter, processar, entender e assimilar a língua falada o tempo suficiente
para responder. Qualquer déficit na memória auditiva recente vai afetar
consideravelmente a habilidade do aluno em responder a palavra falada ou
aprender a partir de situações que se prendam somente a sua habilidade
auditiva. Além disso, eles acham mais difícil seguir e lembrar de instruções
verbais.
ESTRATÉGIAS
- Limite a
quantidade de instruções verbais a uma de cada vez.
- Dê tempo
à criança para processar e responder às colocações verbais.
- Repita
individualmente para o aluno qualquer informação ou instrução que foi dada a
classe como um todo.
- Tente
evitar instruções ou discussões na classe que sejam muito longas.
- Planeje
traduções visuais e-ou atividades alternativas.
Lembre-se:
em geral, crianças com Síndrome de Down têm fortes habilidades de aprendizagem
visual mas não são bons aprendizes auditivos. Sempre que possível eles
necessitam de apoio visual e concreto e materiais práticos para reforçar as
informações auditivas.
CAPACIDADE
DE CONCENTRAÇÃO MAIS CURTA
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm uma capacidade de concentração mais curta e
são facilmente distraídos. Além disso, a intensidade do aprendizado com apoio,
especialmente quando ele se dá individualmente, é muito maior e a criança se
cansa mais facilmente do que a criança que não necessita deste apoio.
ESTRATÉGIAS
- Construa
uma gama de tarefas curtas, focalizadas e definidas claramente nas aulas.
- Varie o
nível de demanda de tarefa para tarefa.
- Varie o
tipo de apoio.
- Use os
outros colegas para manter o aluno trabalhando.
- Na hora
da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar no colo!).
-
Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no mesmo
lugar.
-
Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança por mais
tempo.
- Crie uma
caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a criança terminou sua
atividade antes de seus colegas, precisa mudar de tarefa ou precisa dar um
tempo. Coloque uma série de atividades que o aluno gosta de fazer, incluindo
livros, cartões, jogos de manipulação, etc. Isso encoraja a escolha dentro de
uma situação estruturada. Deixar que outra criança participe é uma boa maneira
de encorajar amizade e cooperação.
GENERALIZAÇÃO,
PENSAMENTO ABSTRATO E RACIOCÍNIO
Quando uma
criança tem deficiência de fala e linguagem, suas habilidades de pensamento e
raciocínio são inevitavelmente afetadas. Ela encontra mais dificuldade em
transferir suas habilidades de uma situação para outra. Conceitos e assuntos
abstratos podem ser particularmente difíceis de entender e a capacidade de
resolução de problemas pode ser afetada.
ESTRATÉGIAS
- Não
assuma que o aluno vai transferir conhecimento automaticamente.
- Ensine
novas habilidades usando uma variedade de métodos e materiais e em vários
contextos diferentes.
- Reforce
o aprendizado de conceitos abstratos com materiais concretos e visuais.
- Ofereça
explicações adicionais e dê demonstrações.
- Encoraje
a solução de problemas.
CONSOLIDAÇÃO
E RETENÇÃO
Alunos com
Síndrome de Down geralmente levam mais tempo para aprender e consolidar coisas
novas e a habilidade de aprender e absorver o aprendizado pode variar de um dia
para o outro.
ESTRATÉGIAS
- Ofereça mais
tempo e oportunidade para repetições adicionais e reforço.
-
Apresente informações e conceitos novos de maneiras variadas, usando material
concreto, prático e visual, sempre que possível.
- Siga em
frente mas sempre dê uma revisada para assegurar que coisas aprendidas
anteriormente não ficaram esquecidas com a assimilação das novas informações.
ESTRUTURA
E ROTINA
Muitas
crianças com Síndrome de Down se dão bem com rotina, estrutura e atividades
focalizadas claramente. Situações informais e sem estrutura são geralmente mais
difícieis para eles. Eles também podem se sentir contrariados com qualquer
mudança. Podem precisar de maior preparação e podem levar mais tempo para se
adaptar às mudanças na sala de aula e nas transições.
ESTRATÉGIAS
- Explique
sobre a grade de horários, rotinas e regras escolares explicitamente, dando
tempo e oportunidade para que aprenda.
-
Providencie uma grade de horários visualmente atraente: use palavras, desenhos,
figuras e fotos.
- A
progressão da aula durante o dia deve poder ser acompanhada pelo horário.
- Quando
uma grade visual não for apropriada, arrume uma série de fotos ou figuras
descrevendo as atividades escolares. Estas fotos podem ser mostradas a criança
antes da atividade ser começada.
-
Certifique-se de que a crinaça sabe qual será a próxima atividade.
-
Atenha-se à rotina sempre que possível.
- Prepare
a criança com antecedência se souber que haverá alguma mudança e informe os
pais.
- Solicite
a ajuda da criança na preparação para a atividade subsequente dando-lhe uma
tarefa específica.
INCLUSÃO
SOCIAL
O objetivo
primordial para qualquer criança de 5 anos entrar na escola é a inclusão
social. Como com qualquer criança, é muito mais difícil progredir nas áreas
cognitivas até que ela seja capaz de se comportar e interagir com os outros de
maneira socialmente aceitável e entender e responder apropriadamente ao
ambiente que a cerca. Todas crianças com Síndrome de Down se beneficiam em se
misturar com colegas com desenvolvimento típico. Muitas vezes eles ficam felizes
em agir como os colegas e geralmente os usam como modelos para o comportamento
social apropriado e motivação para aprender. Este tipo de experiência social,
quando existe a expectativa de que as outras crianças se comportem e consigam
fazer coisas de acordo com sua faixa etária, é extremamente importante para as
crianças com Síndrome de Down, que geralmente tem um mundo mais confuso e menos
maduro social e emocionalmente. Mesmo assim, muitas delas precisam de ajuda
adicional e apoio para aprender as regras para o comportamento social
apropriado. Elas não aprendem facilmente de forma incidental e não pegam as
convenções intuitivamente como seus colegas. Elas vão levar mais tempo do que
seus colegas para aprender as regras. O foco principal da ajuda adicional nos
primeiros anos deve ser aprender as regras do comportamento social adequado.
ESTRATÉGIAS
-
Reconhecer as principais rotinas do dia.
- Aprender
a participar e responder apropriadamente.
-
Responder a perguntas e instruções dadas oralmente.
- Aprender
a respeitar a vez de cada um, dividir, dar e receber.
- Aprender
a fazer fila.
- Aprender
a sentar no chão na hora da rodinha.
- Aprender
comportamentos apropriados.
- Aprender
as regras da escola e da classe, tanto as formais quanto as informais.
- Trabalhar
independentemente.
-
Trabalhar em cooperação com os outros.
- Fazer e
manter amizades.
-
Desenvolver de habilidades de auto-ajuda e tarefas práticas.
- Tomar
conta, se preocupar com os outros.
HORA DE
BRINCAR
Algumas
ajudas adicionais na inclusão de crianças pequenas com Síndrome de Down durante
a hora da brincadeira podem ser necessárias. Porém, qualquer ajuda de adulto
que a criança tiver, se não for usado com sensibilidade, pode erguer uma
barreira entre a criança e seus colegas, o que, junto com a dificuldade
de fala e linguagem, pode tornar as coisas muito mais difíceis para a criança
com Síndrome de Down:
- Começar
independentemente a brincar com outras crianças.
- Entender
as regras do jogo.
- Entender
as regras de “ser amigo”.
ESTRATÉGIAS
- Encoraje
o aprendizado cooperativo em trabalho com um parceiro ou num grupo pequeno.
- Não
coloque sempre o aluno junto com o grupo menos capaz ou menos motivado. Alunos
com Síndrome de Down se beneficiam por trabalhar com crianças mais capazes se
as tarefas forem adequadamente diferenciadas.
- Promova
a conscientização sobre as deficiências através de, por exemplo, uma discussão
com toda a classe ou a escola. É importante que os alunos se familiarizem com o
colega com Síndrome de Down, entendam seus pontos fortes, seus pontos fracos,
sua capacidade e também reconheçam que ele tem as mesmas necessidades
emocionais e sociais do que eles próprios.
- Se achar
adequado, promova uma alternância de amigos ou um sistema de colega de apoio
para ajudar na inclusão.
- Use a
ajuda dos colegas no lugar de adultos sempre que possível.
- Organize
apoio para oferecer sessões de brincadeira estruturadas na hora do recreio.
- Encoraje
a participação do aluno em atividades extra-curriculares com os colegas da
escola (clubes de livro, esportes, etc).
- Encoraje
habilidades de independência e vida prática, por exemplo, dando-lhe
responsabilidades – devolver livros, levar mensagens, etc.
-
Encoraje-o a conhecer a si mesmo, respeitar a própria identidade, promova sua
auto-estima e auto-confiança.
-
Promova o entendimento através de teatro, livros, figuras ou na hora da
rodinha.
COMPORTAMENTO
Não há
problemas de comportamento característicos de crianças com Síndrome de Down.
Porém, muito de seu comportamento estará relacionado a seu nível de
desenvolvimento. Então, quando ocorrem problemas, eles são geralmente parecidos
com aqueles vistos em crianças de desenvolvimento típico mais novas.
Além
disso, crianças com Síndrome de Down cresceram tendo que lidar com mais
dificuldades do que muitos de seus colegas. Muito do que se espera que eles
façam em seu dia-a-dia será muito mais difícil de conseguir fazer devido a seus
problemas de comunicação, audição, memória, coordenação motora, concentração, e
dificuldade de aprendizado. Os problemas de comportamento podem, portanto, ser
desencadeados em algumas situações aparentemente banais. Por exemplo, eles
podem se sentir frustrados ou ansiosos com mais facilidade. Então, o fato da
criança ter Síndrome de Down não necessariamente quer dizer que ela vá
apresentar inevitavelmente problemas de comportamento, mas a natureza de suas
dificuldades os fazem mais vulneráveis a desenvolver problemas de
comportamento.
Uma
questão particular dos problemas de comportamento são as estratégias para
escapar das tarefas. Pesquisas mostram que, como muitos alunos com necessidaes
educacionais especiais, crianças com Síndrome de Down costuma adotar estas
estratégias que comprometem o progresso de seu aprendizado. Alguns alunos usam
comportamentos anti-sociais para distrair a atenção dos adultos e escapar do
trabalho, e parecem apenas aceitar fazer tarefas que exigem muito pouco de sua
capacidade cognitiva.
É
importante o professor ficar atento à possibilidade destas estratégias e saber
separar comportamento imaturo de mau-comportamento deliberado, e assegurar que
o nível de desenvolvimento e não a idade cronológica da criança seja levado em
consideração, junto com sua capacidade de entender instruções dadas oralmente.
Qualquer recompensa a ser oferecida trambém deve levar em conta estes fatores.
ESTRATÉGIAS
-
Assegurar que as regras são claras
-
Assegurar que todos os funcionários da escola saibam que a criança com Síndrome
de Down deve obedecer às regras como qualquer aluno.
-
Utilizar instruções curtas, precisas e claras e gestos e expressões que as
confirmem – explicações longas e complexas não são apropriadas.
-
Distinguir o “não consigo fazer” do “não vou fazer”
-
Investigar qualquer comportamento inapropriado, perguntando a si mesmo por que
a criança está agindo deste modo: a tarefa é muito fácil ou muito difícil ? A
tarefa é muito longa ? O trabalho é adequado para a criança ?
- O aluno
compreende o que é esperado dele ?
-
Encorajar comportamento positivo desenvolvendo figuras de bom comportamento.
Por exemplo, mostrar uma foto da turma ou de um grupo arrumando a sala
direitinho, pode ser o bastante para encorajá-lo a fazer o mesmo.
- Reforçar
o comportamento desejado imediatamente com sinais de aprovação visuais ou
orais.
- Ignorar
tentativas de chamar a atenção dentro do possível – o seu propósito é criar
distração
-
Desenvolver uma série de estratégias para lidar com a tentativa de escapar:
algumas funcionarão melhor que outras com algum um aluno em particular.
-
Assegurar que o professor de apoio não seja o único lidando com o
mau-comportamento. O professor da turma tem a responsabilidade sobre a criança.
-
Assegurar que a criança trabalhe com colegas que sejam bons modelos em
comportamento.
APOIO
A maior
parte dos alunos com Síndrome de Down vai precisar de apoio adicional.
Porém, o tipo de apoio que a criança recebe pode ter um enorme impacto na
efetivação da inclusão.
A seguir,
algumas coisas que são esperadas do profissional de apoio:
No que diz
respeito à criança:
- Aumentar
o acesso ao currículo e ao desenvolvimento do aprendizado.
- Garantir
que a criança aprenda novas habilidades.
- Ajudar a
desenvolver a independência.
- Ajudar a
desenvolver habilidades sociais, amizades e comportamento apropriado para a
idade.
No que diz
respeito ao professor:
- Ajudar a
modificar ou adaptar tarefas planejadas pelo professor.
- Dar
informações mais detalhadas sobre o desempenho do aluno ao professor.
- Dar
oportunidade ao professor de trabalhar individualmente com uma criança com
Síndrome de Down ou em grupo enquanto assume o lugar do professor.
TAMBÉM É
MUITO IMPORTANTE QUE O PROFESSOR DE APOIO SEJA VISTO COMO PERTENCENDO A TODA
CLASSE, DANDO AJUDA A TODAS AS CRIANÇAS QUE NECESSITAREM, E NÃO COMO
PROPRIEDADE DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN. DESTA MANEIRA, OUTRAS CRIANÇAS DA
CLASSE SE BENEFICIAM COM O APOIO EXTRA . O PROFESSOR NUNCA DEVE ABDICAR DE SUA
RESPONSABILIDADE PELA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN.
AJUDA
INDIVIDUAL E SAÍDAS DA CLASSE
Além
disso, o apoio não deve consistir apenas e nem principalmente na professora
ajudante trabalhando individualmente com a criança, especialmente quando isso
requer saídas da classe, o que deve ser evitado ao máximo. Embora vá haver
vezes em que algum trabalho individual seja requerido, isso só deve ser feito
em último caso e dentro da sala de aula, sempre que possível.
ESTRATÉGIAS
Esteja
ciente de que muita ajuda individual pode privar a criança de:
- ser
beneficiada da estimulação e modelos proporcionados pelos colegas.
- aprender
a trabalhar cooperativamente.
- aprender
a trabalhar independentemente.
-
desenvolver relações sociais com seus colegas.
QUANTOS
AJUDANTES ?
Em geral,
não é aconselhável ter um profissional de apoio para ajudar uma criança. Isso
pode levar a uma familiaridade grande demais e à dependência da criança naquela
pessoa, além de ser uma relação intensa demais tanto para a criança quanto para
o ajudante. Considere ter dois ajudantes ao invés de um, que se revezem
dividindo horários ou dias. Isso também pode facilitar na hora de substituir um
ajudante quando o outro se ausentar por qualque motivo.
Quando
planejar o apoio, é vital decidir:
- Quem vai
adaptar o trabalho e de que maneira?
- Quem vai
procurar e preparar recursos adicionais ?
- Quando
isso vai acontecer e com que frequência ?
O
professor da turma é o responsável pela diferenciação das atividades, mas
muitos professores de apoio são capazes de adaptar atividades se e quando
necessário.
O
CURRÍCULO
Embora vá
haver uma necessidade contínua de visar a independência, o comportamento social
e a inclusão social da criança com Síndrome de Down, algumas metas devem ser
alcançadas no primeiros anos. Uma atenção maior deve ser dada quando a criança
passa da primeira para a segunda série.
Mesmo
assim, como para qualquer criança, as atividades devem ser modificadas e
adaptadas para se adequar ao nível de aprendizado e desenvolvimento da criança.
Em alguns casos, isso pode significar que um novo conceito, assunto ou
habilidade deverá ser recortado até um nível bem básico com um foco num ponto
específico que você quer que a criança aprenda e entenda.
Embora
isso possa significar que, em alguns casos, a criança com Síndrome de Down
estará trabalhando num nível muito diferente , não quer dizer que o assunto ou
tópico que ela esteja trabalhando seja diferente do dos demais colegas. Com
planejamento e o apoio do professor ajudante isso pode ser alcançado com
sucesso em muitos casos.
PRÁTICAS
DE SALA DE AULA
Muitos
alunos com Síndrome de Down, assim como outros alunos com necessidades
educacionais especiais, não se adaptam a algumas práticas de sala de aula:
aulas expositivas para a turma inteira, aprender ouvindo, e trabalho de reforço
baseado em exercícios sem modificação. Portanto, os professores precisam
analisar suas práticas de sala de aula e todo o ambiente de aprendizado na
classe de forma que as atividades, os materiais e os grupos de alunos sejam
levados em conta. Paracertos propósitos, a habilidade será menos
importante do que os estilos de aprender de cada aluno. É importante, por
exemplo, utilizar a motivação e a oportunidade para aprender com bons modelos
que surgem quando o alunos com Síndrome de Down está trabalhando em grupo os
colegas.
Estudos
mostram que não apenas os alunos com necessiades educacionais especiais
preferem trabalhar em grupo, mas o grupo cooperativo fomenta o aprendizado.
ESTRATÉGIAS
Decida
quando a criança deve trabalhar:
- Em
atividades com toda a classe.
- Em grupo
ou em pares na classe.
- Em grupo
ou em pares numa área afastada.
-
Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.
Decida
quando a criança deve ficar:
- Sem
apoio.
- Com
apoio dos colegas.
- Com
apoio do professor assistente.
- Com
apoio do professor da turma.
- Faça um
Plano de Educação Individual para atingir determinadas áreas que necessitem
atenção.
- Produza
uma grade de horários visualmente atraente para que a criança entenda a
estrutura do seu dia.
LEITURA
Há muitas
pesquisas destacando a forte ligação entre a leitura e o desenvolvimento da
linguagem em crianças com Síndrome de Down e a leitura é uma área do currículo
em que muitas destas crianças podem se sair muito bem. Como a palavra escrita
faz com que a linguagem se torne visual, os textos impressos superam a
dificuldade do aprendizado pela audição.
A leitura
pode portanto ser usada para:
- Ajudar o
entendimento.
- Ajudar a
acessar o currículo.
- Melhorar
as habilidades de fala e linguagem.
PORÉM É
IMPORTANTE ESTAR ATENTO SOBRE COMO A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN APRENDE A
LER, JÁ QUE AS MANEIRAS PODEM SER DIFERENTES DAS RECOMENDADAS POR CADA ESCOLA.
UM FATOR CHAVE AO ENSINAR UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN A LER É UTILIZAR O
MÉTODO DE APRESENTAR A PALAVRA COMPLETA E MUITAS CRIANÇAS SÃO CAPAZES DE
COMEÇAR A CONSTRUIR UM VOCABULÁRIO VISUAL DE PALAVRAS FAMILIARES DESTA MANEIRA.
Isso, é
claro, pode significar um problema quando existe a exigência de que o método
fônico seja utilizado na alfabetização. Usar fonemas para decodificar palavras
pode ser mais difícil para crianças pequenas com Síndrome de Down porque ele
envolve habilidades como audição apurada e discriminação de sons, assim como
estar apto a resolver problemas. Mas uma noção básica do método fonético pode
ser adquirida por muitas crianças com Síndrome de Down e isso deve ser
introduzido enquanto elas estão construindo seu vocabulário visual.
ESCRITA
Produzir
qualquer forma de trabalho escrito é uma tarefa muito complexa. As dificuldades
de memória curta, fala e linguagem, sistema motor fino e organização e
sequenciamento de informação provocam um impacto considerável na
aquisição e desenvolvimento da escrita para muitos alunos com Síndrome de Down.
Áreas de
especial dificuldade:
- Colocar
as palavras em sequência para formação da frase.
- Colocar
eventos-informação em sequência na ordem correta.
-
Organização de pensamentos e informação relevante no papel.
ESTRATÉGIAS
-
Investigar recursos adicioais para ajudar a escrita como um processo físico –
diferentes tipos instrumentos para escrever, apoio tátil para empunhar o lápis,
linhas grossas, quadrados no papel para limitar o tamanho da letra, papel com
pauta, quadriculado, quadro individual para escrever, programas de computador.
- Oferecer
apoio visual – flash cards (cartões de leitura com figura ou foto e palavra),
palavras-chave e símbolos gráficos escritos em cartões.
- Oferecer
métodos alternativos de memorização: sublinhar ou circular a resposta correta,
sequência de frases com cartões, programas de computador específicos, utilizar
o método Cloze (subtração sistemática de palavras, substituídas por lacunas num
texto a ser aprendido).
- Garanta
que os alunos só escrevam sobre assuntos que estejam dentro de sua experiência
e entendimento.
- Ao
copiar do quadro, sublinhe ou destaque uma versão mais curta que focalize o que
é essencial para o aluno.
-
Encorajar o uso de letra cursiva para ganhar fluência.
ORTOGRAFIA
Como a
leitura, não é indicado confiar apenas na fonética para resolver problemas de
ortografia, uma vez que muitas crianças com Síndrome de Down estarão soletrando
palavras a partir da sua memória visual. Porém, para desenvolver e expandir sua
habilidade de leitura elas vão precisar aprender algumas noções fonéticas , mas
o desenvolvimento nesta área pode ser mais lento do que o de seus colegas.
ESTRATÉGIAS
Devido às
habilidades de fala e linguagem mais fracas e o vocabulário limitado, é
importante:
- Ensinar
palavras que eles entendam.
- Ensinar
palavras objetivando promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem.
- Ensinar
palavras necessárias para matérias específicas.
- Ensinar
ortografia da maneira mais visual possível.
- Usar
métodos multi-sensoriais – por exemplo, olhe-cubra-escreva-cheque, cartões com
figuras e palavras, acompanhar com o dedo as letras.
- Reforçar
os significados de palavras abstratas com figuras e símbolos.
- Colorir
grupos e padrões de letras similares dentro das palavras.
- Oferecer
um banco de palavras com figuras agrupado alfabeticamente para reforçar o
significado.
-
Trabalhar atividades de ortografia no computador.
- Ensinar
famílias de palavras simples e básicas.
COMUNICAÇÃO
COM OS PAIS E CUIDADORES
Embora
muitos pais vão à escola regularmente, um livro de comunicação casa-escola é o
ideal como forma de informar as novidades do dia. Isso tem um valor
inestimável, principalmente enquanto a criança ainda não possui uma habilidade
de fala e linguagem muito desenvolvida para contar as novidades claramente.
Tome cuidado para não transformar o livro só em um portador de más notícias.
Fonte:
Folheto
produzido por Sandy Alton, da Down´s Syndrome Association, e distribuído pelo
Ministério da Educação britânico
Tradução
Patricia Almeida
Versão
original em inglês no seguinte link:
http://www.downs-syndrome.org.uk/pdfs/DSA%20A4%2012pp%20Primary.pdf
Retirado do Blog http://amorecriatividade.blogspot.com.br/
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