FICA A DICA:
Um videogame, nenhum controle. O que já parecia uma inovação para o mundo dos aficionados por jogos eletrônicos está agora trazendo mais possibilidades na medicina. O Kinect, sensor da Microsoft que permite interação com games apenas a partir do movimento do jogador, sem a necessidade de ter um joystick nas mãos, está sendo usado nos Estados Unidos no diagnóstico e no tratamento de crianças com autismo.
Na
Universidade de Minnessota, o Instituto de Desenvolvimento Infantil vem
desenvolvendo um projeto que, por meio de cinco Kinects, tenta
identificar sinais de distúrbios comportamentais em crianças com idades
entre 3 e 5 anos. As informações colhidas pelo game abastecem um
programa de computador que registra o nível da criança em cada atividade
e comparam esses números com a média da sala. O sistema vai alertar
para que haja uma maior atenção com aquelas que mostrarem comportamentos
não esperados, como tendência para ser ativo demais ou de menos.
Tradicionalmente,
o diagnóstico do autismo depende, primeiro, que os pais ou as pessoas
mais próximas da criança desconfiem que o comportamento dela tem algo de
diferente – o que pode ser desde um bebê que não interage com a mãe
enquanto ainda é muito novinho até brincadeiras e atitudes ensimesmadas.
A partir dessa primeira desconfiança, apenas profissionais
especializados podem dar o diagnóstico corretamente, o que normalmente
demanda uma avaliação individual e a análise de vários momentos de
interação entre a criança e seus pares.
Esse
processo, que pode envolver uma equipe de profissionais na observação
de vídeos e na conversa com pais e professores, leva tempo e é caro. A
equipe da Universidade de Minnesota espera automatizar essa primeira
análise. “A ideia não é substituirmos o diagnóstico, mas torná-lo mais
acessível”, disse Guillermo Sapiro, um dos responsáveis pelo
experimento, à revista New Scientist.
“Experimento
combina conhecimento de várias disciplinas e usa hardwares e softwares
muito simples para resolver um problema real e importante, além de ter
potencial de trazer um impacto enorme para a sociedade”
Da mesma forma que um professor faz um alerta sobre uma criança com problema, afirmou o especialista, o sistema que eles estão desenvolvendo vai fazer um alerta automático sugerindo que aquela criança receba uma atenção mais individualizada. “O objetivo do nosso trabalho, que ainda é uma pesquisa preliminar, é usar hardwares disponíveis e trabalhar em qualquer tipo de ambiente. Então, em tese, qualquer médico poderá utilizá-lo em seu consultório”, disse Sapiro ao Porvir.
Da mesma forma que um professor faz um alerta sobre uma criança com problema, afirmou o especialista, o sistema que eles estão desenvolvendo vai fazer um alerta automático sugerindo que aquela criança receba uma atenção mais individualizada. “O objetivo do nosso trabalho, que ainda é uma pesquisa preliminar, é usar hardwares disponíveis e trabalhar em qualquer tipo de ambiente. Então, em tese, qualquer médico poderá utilizá-lo em seu consultório”, disse Sapiro ao Porvir.
Os
resultados colhidos pela equipe de Sapiro no diagnóstico do autismo
foram submetidos a conferências sobre o tema e estão sendo revisados.
Mas ele adianta que, nesses papers, eles relatam a detecção automática
de alguns dos padrões comportamentais relacionados à atenção e ao
movimento. “O experimento combina conhecimento de várias disciplinas
diferentes e usa hardwares e softwares muito simples para resolver um
problema real e importante, além de ter potencial de trazer um impacto
enorme para a sociedade”, afirma o especialista.
Wagner
Ranña, pediatra e psiquiatra infantil especializado em saúde mental da
criança e do adolescente e professor da Faculdade de Medicina da USP, no
entanto, aponta problemas éticos no método, que pode parecer uma
solução fácil para diagnósticos muito difíceis, como os que envolvem a
saúde mental. O professor explica que para se encontrar traços de
autismo é preciso análise de comportamento, linguagem, socialização e
noção de sujeito e que, por ser algo de extrema complexidade, traz a
necessidade de que outro ser humano –devidamente capacitado- esteja no
processo. “Uma subjetividade só pode ser avaliada por outra
subjetividade”, afirma. Assim, Ranña defende que o melhor investimento
de diagnóstico é na formação de bons profissionais.
Tratamento
Além
dos passos no diagnóstico da doença, já há centros de tratamento usando
o Kinect como ferramenta de estímulo para desenvolver habilidade nas
crianças, como o Lake Side Center for Autism, em Seattle.
Em
uma competição de dança, por exemplo, o avatar do jogo se move de
acordo com os movimentos da criança. Com isso, ela observa seus gestos e
percebe a interação deles com o ambiente e assim desenvolve uma melhor
noção corporal. “Usamos o Kinect para tentar descobrir como adaptar
nossas metas com o que eles são capazes de fazer com a ajuda do jogo.
Usando essa tecnologia, nós vimos muitas mudanças nas crianças,
envolvendo comunicação, interação social e desenvolvimento da
linguagem”, diz Dan Stachelsky, CEO do centro.
In http://porvir.org
FICA A DICA:
Um videogame, nenhum controle. O que já parecia uma inovação para o mundo dos aficionados por jogos eletrônicos está agora trazendo mais possibilidades na medicina. O Kinect, sensor da Microsoft que permite interação com games apenas a partir do movimento do jogador, sem a necessidade de ter um joystick nas mãos, está sendo usado nos Estados Unidos no diagnóstico e no tratamento de crianças com autismo.
Na
Universidade de Minnessota, o Instituto de Desenvolvimento Infantil vem
desenvolvendo um projeto que, por meio de cinco Kinects, tenta
identificar sinais de distúrbios comportamentais em crianças com idades
entre 3 e 5 anos. As informações colhidas pelo game abastecem um
programa de computador que registra o nível da criança em cada atividade
e comparam esses números com a média da sala. O sistema vai alertar
para que haja uma maior atenção com aquelas que mostrarem comportamentos
não esperados, como tendência para ser ativo demais ou de menos.
Tradicionalmente,
o diagnóstico do autismo depende, primeiro, que os pais ou as pessoas
mais próximas da criança desconfiem que o comportamento dela tem algo de
diferente – o que pode ser desde um bebê que não interage com a mãe
enquanto ainda é muito novinho até brincadeiras e atitudes ensimesmadas.
A partir dessa primeira desconfiança, apenas profissionais
especializados podem dar o diagnóstico corretamente, o que normalmente
demanda uma avaliação individual e a análise de vários momentos de
interação entre a criança e seus pares.
Esse
processo, que pode envolver uma equipe de profissionais na observação
de vídeos e na conversa com pais e professores, leva tempo e é caro. A
equipe da Universidade de Minnesota espera automatizar essa primeira
análise. “A ideia não é substituirmos o diagnóstico, mas torná-lo mais
acessível”, disse Guillermo Sapiro, um dos responsáveis pelo
experimento, à revista New Scientist.
“Experimento
combina conhecimento de várias disciplinas e usa hardwares e softwares
muito simples para resolver um problema real e importante, além de ter
potencial de trazer um impacto enorme para a sociedade”
Da mesma forma que um professor faz um alerta sobre uma criança com problema, afirmou o especialista, o sistema que eles estão desenvolvendo vai fazer um alerta automático sugerindo que aquela criança receba uma atenção mais individualizada. “O objetivo do nosso trabalho, que ainda é uma pesquisa preliminar, é usar hardwares disponíveis e trabalhar em qualquer tipo de ambiente. Então, em tese, qualquer médico poderá utilizá-lo em seu consultório”, disse Sapiro ao Porvir.
Da mesma forma que um professor faz um alerta sobre uma criança com problema, afirmou o especialista, o sistema que eles estão desenvolvendo vai fazer um alerta automático sugerindo que aquela criança receba uma atenção mais individualizada. “O objetivo do nosso trabalho, que ainda é uma pesquisa preliminar, é usar hardwares disponíveis e trabalhar em qualquer tipo de ambiente. Então, em tese, qualquer médico poderá utilizá-lo em seu consultório”, disse Sapiro ao Porvir.
Os
resultados colhidos pela equipe de Sapiro no diagnóstico do autismo
foram submetidos a conferências sobre o tema e estão sendo revisados.
Mas ele adianta que, nesses papers, eles relatam a detecção automática
de alguns dos padrões comportamentais relacionados à atenção e ao
movimento. “O experimento combina conhecimento de várias disciplinas
diferentes e usa hardwares e softwares muito simples para resolver um
problema real e importante, além de ter potencial de trazer um impacto
enorme para a sociedade”, afirma o especialista.
Wagner
Ranña, pediatra e psiquiatra infantil especializado em saúde mental da
criança e do adolescente e professor da Faculdade de Medicina da USP, no
entanto, aponta problemas éticos no método, que pode parecer uma
solução fácil para diagnósticos muito difíceis, como os que envolvem a
saúde mental. O professor explica que para se encontrar traços de
autismo é preciso análise de comportamento, linguagem, socialização e
noção de sujeito e que, por ser algo de extrema complexidade, traz a
necessidade de que outro ser humano –devidamente capacitado- esteja no
processo. “Uma subjetividade só pode ser avaliada por outra
subjetividade”, afirma. Assim, Ranña defende que o melhor investimento
de diagnóstico é na formação de bons profissionais.
Tratamento
Além
dos passos no diagnóstico da doença, já há centros de tratamento usando
o Kinect como ferramenta de estímulo para desenvolver habilidade nas
crianças, como o Lake Side Center for Autism, em Seattle.
Em
uma competição de dança, por exemplo, o avatar do jogo se move de
acordo com os movimentos da criança. Com isso, ela observa seus gestos e
percebe a interação deles com o ambiente e assim desenvolve uma melhor
noção corporal. “Usamos o Kinect para tentar descobrir como adaptar
nossas metas com o que eles são capazes de fazer com a ajuda do jogo.
Usando essa tecnologia, nós vimos muitas mudanças nas crianças,
envolvendo comunicação, interação social e desenvolvimento da
linguagem”, diz Dan Stachelsky, CEO do centro.
In http://porvir.org
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